quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Dicas de quem viveu no inferno - Carteira do mês - Fev/2019

Minha caminhada mais a sério nos investimentos começou para valer em 2009. Antes disso, estava mais preocupado em evoluir na carreira (kkkkkk), ter boas avaliações na empresa, fazer MBAs inúteis e outras ilusões que a organização social nos diz que é o melhor a fazer.

Quando me recordo das horas e horas gastas em fazer relatórios, gráficos e "status reports", materiais absolutamente inúteis, que ninguém lia e penso em quanto poderia ter investido em obter real conhecimento, vejo que foi como acender um fósforo e literalmente queimar dinheiro em forma de tempo. Além dos milhares e milhares de emails sem sentido, inúteis e idiotas que li e escrevi durante boa parte de minha vida dentro de organizações, chego a ficar arrepiado.

A vida nas empresas, especialmente nas que ficam no Brasil e são gerenciadas pelos brasileiros é a mais absoluta máquina de se gerar inutilidades e banalidades que posso conceber. A quase totalidade do tempo é passado em atividades que não agregam valor nenhum para ninguém. E o pessoal tem que encenar aquele teatro de fingir que trabalha, para a empresa fingir que paga.

Os piores tipos são a chamada "média gerência". São seres caricatos porque acreditam piamente que "fazem a diferença". São aqueles seres patéticos que têm a postura de um legítimo hipócrita, porque no início tentam ser "modernos" e agir de maneira consensual, "ouvindo a equipe", agindo como "people person" e na primeira contrariedade deixam escapar o feitor de escravos que têm dentro de si. Sem contar nas guerras de egos, na prostituição disfarçada das mulheres que dão para quem possa fazê-las subir na carreira e nas cenas patéticas de homens barbados se submetendo a humilhações para manter o emprego.

Será que os homens paleolíticos aceitariam receber ordens de gordinhos e gordinhas ridículas?

Foi pra isso que você aprendeu cálculo, geometria analítica, mecânica quântica, métodos estocásticos ou qualquer outra matéria que você gostava?

Não meus amigos, não foi pra isso. As empresas servem apenas para nos pagar dividendos, JCP e se valorizarem para podermos vendê-las mais caro depois que as compramos.

Foquem na sua carteira. Façam ela crescer e depois mande tudo à merda. Literalmente.

Posso dizer por experiência própria, NÃO HÁ MAIOR PRAZER QUE MANDAR A EMPRESA, SEU CHEFE E O SEU EMPREGO À MERDA!

Não à toa essa é a fantasia de quase todos que dizem o que fariam ao ganhar na megasena.



Sendo assim, escutem o velhinho aqui a aproveitem a vida de verdade, construindo o seu pequeno castelo, que é o montante que a sua carteira vale.

Abaixo temos a carteirinha que ainda estamos comprando:


Temos também Fras-Le, Guararapes, Itaúsa, Metal Leve, Porto Seguro, Eztec, Santander, Sanepar e Unipar Carbocloro, que mantemos mas não compramos mais. Vendemos AES Tietê por não atender mais nossos critérios de investimento.

Mês passado ótimo, com valorização de 3,6% da carteira como um todo, com acumulado dos últimos doze meses em 25,6% de crescimento da carteira, incluindo aportes.

Grande abraço!


15 comentários:

  1. Fala ABC, tudo bem?

    Acho que o maior erro é entrear no papo dos coachs e motivadores e palco e instagram ou mesmo na conversa fiada dos workhaholics e encarar desde cedo faculdade, mercado de trabalho e finanças como elas ao meu ver devem ser encaradas, com objetividade e o menor nível de romantismo possível.
    O foco deve ser ganhar dinheiro. Logico que se a pessoa gosta de seu emprego e profissão, melhor ainda e se for possível, sugiro que as pessoas relamente escolham profissões com as quais se identificam, pra fazer as suas jornadas laborais mais leves e interessantes.
    Mas entendo perfeitamente o que você quiz dizer ao citar puxa sacos e a encenação no mundo do trabalho. Isso acontece mesmo e acontece muito.
    Tudo tem os dois lados, as vezes a pessoa pode até ganhar relativamente bem, mas tem que ter estômago pra trabalhar em alguns ambientes e se submeter a algumas regras.
    Mas infelizmente é dífícil não passar por isso em algum monento. Algumas vezes eu reflito o seguinte: Tanto esforço de alguns pra pagar faculdades, pós entre outras coisas, pra no fim das contas ser vítima de politicagem e ganhar mal. Foda...

    Pra finalizar, uma curiosidade: Já conheceu muitos casos de mulheres que deram pra superiores em troca de ascenção profissional?

    Bons Investimentos.

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    1. Olá amigo. Obrigado por acessar o blog.
      No meu caso não tive muita saída. Filho de pai assalariado e mãe dona de casa, não tive outra alternativa a não ser me lançar no mundo empresarial e trabalhar em troca de um salário. O Bom Pai me possibilitou conhecer os livros de finanças pessoais quando jovem e assim pude me libertar desse ciclo insano.
      Quanto à prostituição velada vi muitos casos sim, quem sabe não seria matéria para um próximo post?

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  2. Parabens pela postagem. Pena que muitos não seguem o que foi dito aqui. No meu serviço, por exemplo, se 5% poupa para investir em algo já é muita coisa.

    Não sei como tem gente dando tanto valor ao trabalho, a chatices de chefia sem pensar no futuro, sem pensar que poupando está criando um soldado para batalhar contigo. Criei meu blog em 2016 e já vejo muita diferença em relação ao patrimônio e renda passiva. Abraço amigo

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    1. Muito bom amigo. Parabéns também pelo seu blog e pela persistência.

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  3. Oi I.ABC, legal o post. Eu tive a experiência de vivenciar essa prostituição velada. Trabalhei em uma empresa que inclusive é listada na Bolsa. Lá não se podia ter relação entre os colegas de trabalho. No fim do ano tinha uma baita festa de confraternização, aí o bicho pegava. A mulherada ficava toda ouriçada pela diretoria e gerência kkkk e os caras ficavam apostando em quem iria pegar.
    Mudando de assunto, você ainda tem fé na CGAS5, mesmo com a OPA? Eu vendi ela, pois acho que o Alaska já deve ter acordo com eles. O fundo Alaska tem mais de 5% das ações, só ele já deve ser o suficiente para fechar capital. Em relação à TIET11, por que você vendeu ela? Eu acho que no futuro ela vai dar bons dividendos, mas atualmente está com risco elevado, por conta da dívida e desse período transitório até a maturação dos investimentos em fontes de matriz energética alternativa. Vi no relatório da empresa que até 2022 ela quer ter 50% do ebitda em fonte não hidrelétrica, para fugir do risco climático.

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    1. Oi Ricardo, obrigado por seguir o blog. Vou fazer um post só de histórias de prostituição nas empresas que presenciei.
      No caso da CGAS5, estou esperando o pagamento de dividendos até a OPA. Acredito que ainda seja bom para a CGAS3.
      No caso da Tietê, um dos critérios que tenho para a avaliação da ação é o aumento do lucro líquido durante os anos. No caso da Tietê ela teve diminuição do lucro, caindo cerca de 40% nos últimos 10 anos, além de ter diminuído o dividendo nos últimos 2 anos. Sendo assim, optamos por vendê-la.

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    2. Tietê perdeu bastante com o fim do contrato com a transmissão paulista, agora é outra empresa. Outra coisa que analisei nela é que a controladora parece que vem puxando dívida pela Tietê e está no limite já. Dívida sempre aumenta o risco. Também existe o risco de alteração de negócio de geração hídrica para eólica e solar, nem sempre essa alteração de core dá certo, depende muito da gestão.
      CGAS3 se a OPA passar acho que também já era, pelo que entendi.

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  4. Investidor do ABC....voce tem filho? Caso tenha ou n pretenda ter, como voce lida com a questão de um herdeiro neste mundo cada vez mais caótico/? Abraço

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    1. Oi amigo. Falando por hipótese, eu incentivaria meus filhos a fazerem um bom colégio bilíngue e fazer curso superior em uma universidade americana ou europeia, preparando-os já para viver em um país civilizado.

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  5. "Será que os homens paleolíticos aceitariam receber ordens de gordinhos e gordinhas ridículas?
    Foi pra isso que você aprendeu cálculo, geometria analítica, mecânica quântica, métodos estocásticos ou qualquer outra matéria que você gostava?
    Não meus amigos, não foi pra isso. As empresas servem apenas para nos pagar dividendos, JCP e se valorizarem para podermos vendê-las mais caro depois que as compramos.
    Foquem na sua carteira. Façam ela crescer e depois mande tudo à merda. Literalmente."
    Brilhante constatação da realidade, aqui no meu meio vejo gente que não sabe nem uma usar uma fórmula no Excel liderando uma produção (+ de 100 pessoas) hasuahshaus, pelo amor de Deus, mas seguimos, calados é rumo a IF.

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    1. No Brasil o mais importante para ter uma carreira promissora dentro de uma empresa não é a competência técnica. É a capacidade de fazer relacionamentos e não se importar com a consciência na atuação do dia a dia.

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  6. Grande Investidor do ABC,

    Você está certíssimo, todos os dias somos enganados por essas notícias que devemos fazer faculdade, estudar igual burros, trabalhar para chefinhos passivos-agressivos e suportar as cartas marcadas de trocas de chefias. E o nosso salário fica aquela bosta de sempre.

    Agora quando aumentamos a carteira ficamos feliz, e quando a B3 sobe, ficamos tranquilos, pois é o dinheiro trabalhando para nós.

    Como eu ainda trabalho, não deixo os chefinhos ou colegas de trabalho saberem que invisto. Senão já viu.

    Abraços da ZL

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    1. Opa! Obrigado por acompanhar o blog. Hoje em dia já está em outro nível. Temos os famosos "coachs" que não sei pra que serve essa porcaria. Mais ilusões fáceis.

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    2. Ser coach é apenas mais um meio de vida.
      Geralmente falam apenas mais do mesmo. Se puder faça o post falando da mulheres que dão pra crescer na carreira, eu inclusive conheço casos semelhantes.

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    3. Sim, acredito que será o assunto do mês de março.

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